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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Livro "Código DaVinci" - Review

Na primavera de 2003, a editora Doubleday publicou um romance intitulado “The Da Vinci Code”, de autoria de Dan Brown. Houve uma intensa campanha de marketing antes de sua publicação e depois de um pouco mais de um ano, havia vendido quase seis milhões de exemplares. Depois de um tempo foi lançado um filme dirigido por Ron Howard e estrelando Tom Hanks no papel de Robert Langdon e Audrei Tautou no papel de Sophie Neveu.
Quando começamos a ler o livro, não podemos evitar perguntas sobre as desconcertantes afirmações que o autor faz em seu livro. Terá Leonardo Da Vinci usado sua arte para comunicar seus conhecimentos sobre a existência do chamado “Santo Graal”? É verdade que os Evangelhos não narram a verdadeira história de Jesus? Jesus realmente casou-se com Maria Madalena? Teria Jesus designado Maria Madalena como a líder da Igreja, e não, Pedro?
O que intriga o leitor é que os personagens parecem ter respostas às suas perguntas e o autor acaba citando livros reais como fonte de pesquisa de seu texto. Naturalmente os leitores se perguntam como não haviam ainda ouvido falar nisto. E também se perguntam se o que fala Dan Brown é verdade, que implicações pode ter isto para a fé cristã. Se o que narram os Evangelhos é falso, não seria uma mentira o cristianismo?
Estudando com exatidão as interpretações dos escritos cristãos primitivos, seus ensinos e suas controvérsias, encontramos um número surpreendente de erros flagrantes que deveríam chamar a atenção ao ler o livro, considerando ele como de “ficção”. O fato de examinarmos esses problemas nos dá a oportunidade de repensarmos o ensino cristão da pessoa de Jesus e sua missão, a história da Igreja dos primeiros séculos, o papel da mulher na religião e a conexão entre a fé apostólica e a fé de nossos dias.
Brown teceu um número de tramas especulativas, adicionou tradições exotéricas e pseudo-histórias publicadas em outros livros e agrupou-as nas páginas de seu próprio livro. Existem escritos desde o século II até o século V que são sínteses claras do pensamento gnóstico e do cristianismo. Os eruditos têm critérios diferentes sobre estes escritos, mas a maioria data de uma época muito posterior aos Evangelhos, com uma escassa visão objetiva das autênticas palavras e atos de Jesus. Brown ignora esta opinião e prefere confiar nos trabalhos de uma minoria de escritores que acreditam que os escritos gnósticos reflitam a realidade do momento inicial formado em torno de Jesus, e se baseia nestes escritos para suas descrições do que “realmente” ensinou Jesus…
Não há uma única citação ao Novo Testamento como fonte da história do cristianismo nos primeiros tempos.
Nas entrevistas feitas na mídia, Brown fala que parte do seu trabalho consiste em recuperar a história perdida que desapareceu… De fato, a história nunca se escreve de um modo objetivo, pois os seres humanos nunca são objetivos. Sempre vemos e relatamos os sucessos a partir de nossa perspectiva. Certamente houveram divergências no cristianismo primitivo. Também é certo que em algumas comunidades as mulheres desempenharam um papel de fundamental importância na cristandade (Lídia em Filipos, por exemplo). Mas todas as fontes dignas de crédito sequer insinuam que algo semelhante à teoria de Brown possa ter acontecido. Nenhuma fonte de especialistas digna de crédito apoiam as evidências de Brown.
As idéias do Codigo Da Vinci procedem de livros pseudo-históricos, como “O Enigma Sagrado” e “A Revelação dos Templários”. Os evangelhos gnósticos são citados como provas da história que ele descreve. O termo “gnosis” significa conhecimento e estes escritos pregam que a salvação ou liberação espiritual se alcança através do conhecimento, e este conhecimento é alcançado por muito poucas pessoas.
De acordo com o crítico espanhol F. Casavella (El País, 17.I.2004), “Pode-se perdoar tudo, menos que este romance seja promovido, pela mídia em geral, como um produto de certo valor… Não podemos deixar de felicitar diversas editoras que se recusaram a publicar esta infâmia e agora não se arrependem. É a demonstração de que há um pouco de dignidade, não só no mundo editorial, mas também no sistema mercantil.”
A verdade é que as pessoas que aceitam as afirmações contidas no livro com tanta credulidade, muito provavelmente não se deram ao trabalho de tentar conhecer seriamente a pessoa e obra de Jesus de Nazaré. Os apóstolos conheceram a Jesus como um ser humano e muito mais, entregaram suas vidas literalmente a ele, vidas que foram cheias de Graça de de verdade.
De fato, esta história está se perdendo. Jesus, crucificado, morto e ressucitado, o Único cuja autêntica morte e ressurreição nos liberta dos pecados e através de Sua morte reconcilia a criação com Deus. Mas isto não é nenhum segredo e não há absolutamente nada que nos impeça de re-encontrarmos esta verdadeira história. Você está curioso sobre Jesus? A Verdade está próxima de você, dentro de um livro de sua propriedade, e não é o “Codigo Da Vinci”, mas sim, a Sagrada Bíblia.

“A heresia é, com frequência, transformada, pela Graça de Deus, em um meio de fortalecimento do testemunho da Igreja.”


Referências:
http://www.opusdei.org/art.php?w=28&p=7972
http://eticaarguments.blogspot.com/2005/01/descodificando-el-codigo-da-vinci.html

Roberto Mattos

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